Sentada em frente ao notebook
off-line, como no navio, é que volto a escrever para este blog. Não sou
blogueira mas sou escritora, fotógrafa, jornalista e professora de inglês,
exatamente nesta ordem cronológica que meu timeline no facebook não explica.
Escrevo por hábito, por terapia e por natureza – mantenho manuscritos há anos e
este blog foi mais um dos meus diários especiais. Depois que desembarquei (sim,
a vida fica dividida em antes e depois do navio), não entendia muito bem o porquê de um blog, pra que servia e se de alguma coisa ainda ia servir. Pois no início de
2012 o Costa Concordia naufragou e eu entendi que o blog ocupava um lugar especial, e fiquei feliz de
poder me ler e completar as estórias na minha cabeça.
Estou explicando essas pequenices
porque os blogueiros costumam ser super conectados e eu nem adiciono pessoas
que não conheci pessoalmente no meu FB. Também recebi pequenas cobranças de
respostas e de informações, sem falar nos “amigos dos meus amigos” que comentam
que eu escrevo mal. Mal ou bem, eu escrevo, e é o exercício que faz de mim uma
escritora. Eu nunca decorei as regras dos porquês nem comprei um livro sobre a
nova língua portuguesa (ainda), mas não deixo de escrever nem de viver pra
escrever as coisas que vejo. Por isso não passo muito tempo na internet, a
minha busca é interior. E aos insatisfeitos, que se retirem - já que eu não
preciso ser lida para continuar me exercitando, eu escrevo um livro por ano.
Ah, nunca reli nem editei nenhum texto. Deve ser por isso que eles estão cheios
de vírgulas e aventuras, eu não tenho tempo a perder.
Disseram que eu voltei americanizada...
É curioso como algumas pessoas ACHAM que me conhecem porque eu dividi um
pedacinho da minha vida pra todo mundo ver. Elas tendem ao péssimo hábito do
julgamento, geralmente negativo, já que eu não aceitei ser “amiga” do FB delas
e eu também não atendo a elas prontamente porque eu tenho trabalho, casa, família e amigos bem
reais. Continuo aberta a este mundo (inclusive o virtual) e a quem lhe parecer
útil, podemos trocar ideias por aqui mesmo, por e-mail e até por Skype... mas
eu não tenho necessidade de ter um monte de carinhas desconhecidas no meu FB,
NÃO É POR LÁ QUE MINHA VIDA SOCIAL ACONTECE.
Estou cheinha de coisas pra contar,
penso no que aprendi no navio e nos amigos lindos que fiz por lá todos os dias.
Tenho opiniões muito bem formadas sobre as condições de trabalho e outras
coisas nem tão boas, mas de forma alguma carrego a bandeira do contra. Minha
bandeira é ESCOLHA. Eu escolhi e se esse blog ajudar alguém na sua escolha, vou
estar feliz por qualquer decisão tomada. Eu teria um orgasmo cibernético se os
ex-tripulantes do Concordia (e do mundo!) me mandassem textos, fotos e vídeos
pra gente poder dividir tudo com quem ainda não foi.
Todas as ferramentas podem ser usadas
para diferentes fins, eu quero muito que o blog faça bem pra alguém, que ajude
em alguma coisa. Afinal, escrever dentro e publicar fora do navio com
periodicidade me deu trabalho e é isso que garante a verdade dos fatos, essa
falta de edição e de papas na língua (e eu economizei bastante no palavrão em
respeito a minha mãe, que ainda era uma lady viva). Mas eu não falo mais
palavrão (eeeeeeee) e evito palavras e pensamentos negativos. Porém, adoro meu
cérebro e sou incapaz de tapar o sol com a peneira. E como já dizia minha mãe,
Terezinha Tellini: “o mundo não está preparado para teu tipo de humor, minha
filha”.
Declaro abertos os trabalhos! Com
amor (real e virtual), Ana Clara.
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