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10 de agosto de 2010

08/08/10 SAVONA + GENOVA + HELL

Buenas que eu já tinha prenotado a excursão pra Genova, no dia que a chefona de Genova vinha a bordo pra minha cabine. Eu não ia mais, mas daí pensei que talvez no próximo domingo eu vá embora, e que depois de conhecer ela provavelmente eu não queira mais pisar meus pés em Genova.
Por isso eu fui, fui com tudo. Com todas as coisas que o Marco me falou sobre a cidade dele, com a idéia de chegar mais perto das minhas raízes, já que Genova é o mais próximo que eu consigo chegar de Veneto. A fortuna foi conhecer a ragazza que trabalha na excursão, Anna de Napoli, e nós dividimos a desgraça de não ter privacidade. Ela é formada em Política e Cultura, pagou meu focaccio, ouviu minha estória com o genoveso...

as luzes do caminho


chegando em Genova














indo pegar o elevador que leva pra aquela vista panorâmica das fotos






Centro histórico


pertinho da casa do Cristóvão Colombo












focaccio


JESUS ME CHICOTEIA
A cada metro da estrada Abissola, eu ouvia o Marco falando da terra dele, da história da minha família de Veneto. E me dei conta da falta que ele me faz, da saudade que eu tenho dos planos que a gente fazia de alugar um carro pra ele me mostrar Genova. E eu me dei conta de como ele é importante pra mim, como homem e como amigo, e eu não sei porque terminei com ele.

HELL
E eu voltei pro inferno. O Morcego já me esperava na gangway pra pedir o “favor” de eu mudar pra cama de cima, já que a Chiara achava mais confortável ficar embaixo. Botei uniforme EM 5 MINUTOS, dei ciao pro Jonas e fui pro meu side job, que foi mais infernal do que o de costume. O sistema caiu e, eu que ficava sentada no computador, fiquei em pé botando cerca de dois mil papéis em ordem por cabine. Tive que ouvir a bastarda obesa dizer que eu era sleepy head em italiano. Ela me fez subir numa cabine de passageiro pra ver se ele tinha desembarcado ou não, e se não fosse pelo curitibano abrir a porta pra mim, eu teria andado 20 minutos em vão. Ele abriu a cabine, que só tinha malas, e eu voltei com o rabo entre as pernas, como sempre, pra dizer o que eu vi. Quando eu falava em italiano ela comentava com os outros como eu era inútil em italiano, daí virava pra mim em italiano e traduzia pra inglês, como se ela não soubesse que eu to cansada de entender italiano.

Como já dizia MV BILL... PÁRA DE CAÔ, se seu coração tá cheio de ódio não me venha pra falar de amor... PÁRA DE CAÔ, somente quem ficou acordado é que sabe o gosto da dor... É tipo assim, não vem me oferecer o que não é bom pra mim... Não sabe se é playboy, não sabe se é favela, decide pra qual santo tu acende tua vela... PÁRA DE CAÔ, recriminar o credo de alguém é tão grave quanto renegar a cor... PÁRA DE CAÔ. Mentindo pra mim mesma, todo dia.

CHIARA
Apareceu na minha cabine depois deu ter desperdiçado meia hora da minha pausa pra trocar de cama, pegou as malas, falou inglês bizarro, saiu sem nem dizer que ia pra cabine de passageiro. E eu ainda tenho que ficar bem feliz de AINDA estar sozinha na cabine. Saí por aí berrando CORAGIII, dando soco nas paredes e pensando em ir embora. Não sinto saudades do Brasil, mas sim de ser respeitada.

CINCO MINUTOS = VINTE EUROS
Ainda na porra da pausa, liguei pra casa da minha mãe, durante o drill, na crew beach. Tinha pouco tempo pra falar antes que algum oficial viesse dizer que eu não podia estar ali. Ninguém atendeu, liguei pro cel da Inês, que me disse que tinha acontecido um problema. Nem perguntei o que era porque tinha medo da minha reação, a gente já estava navegando e eu não ia ter tempo de meter minha mala pela gangway. Só pensei na Graça, mas me concentrei em falar cinco minutos com o Ber. Voltei pra minha cabine revoltada, não sei mais chorar.

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