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20 de julho de 2010

02/07/10 BARCELONA: crise dos 4 meses

CRISE DOS 4 MESES + RESSACA BRABA = MERDA NO VENTILADOR

Não fosse o Gordo me ligar eu nem ia trabalhar. A obesa bastarda (administrative director) inventou que a gente tem que abrir a loja mais cedo, e às 8h30 eu tava lá com a pior cara que eu já apareci na galeria – e o pior humor também. Eu deixei toda realidade vir a tona, eu nunca tive sangue de barata e tava cansada de ser a mrs. Smile... Cansada de ver a a viúva pendurada no parapeito contando os dias pra ir embora, cansada de ouvir as estórias sexuais, as reclamções e tudo mais da outra, cansada de contar SÓ com o carinho e o apoio dos hondurenhos, cansada desse papo de que o ucraniano é um cavalo porque ele é russo, não acredito nesse papo de nacionalidade, a Babyface é um amor e é russa (ucraniana) também. Principalmente cansada de o Ciprian ser rude comigo TODO DIA em alguma parte do dia, mesmo concordando que dos brasileiros eu sou quem trabalha melhor, mesmo sabendo todas as coisas que me aconteceram com a ex gerência, sabendo que eu procuro fazer tudo certo pra não tomar um warning, pra não ser mandada embora, pro sonho não acabar antes da hora. MAIS DO QUE TUDO cansada de fingir que fui apunhalada pelas costas quando cheguei atrasada 5 min e meus colegas BRASILEIROS foram reivindicar porque eu tive pausa se me atrasei.

E foi assim, muito cansada e com muita revolta no coração que eu atendi o Peppe no telefone atrás do Ciprian, que tava abaixado atrás duma mesa, e numa tradução livre foi mais ou menos assim... Tô aqui Ana... Se tu tá aí, tá vendo que eu to te procurando, sabe que o telefone é pra ti, porque não vem duma vez? E isso foi assistido por todo mundo. Ele emendou com watch your mounth e eu com com watch your step so you don’t die... Sabia que tinha feito merda, fiquei preocupada por cinco minutos e pensei: que vá tudo a merda, quando eu faço certo ninguém bate palminha, hoje eu não to boa e resolvi dar o troco.

À noite eu pedi desculpa pra ele, falei que ele era meu chefe e podia me tratar do jeito que ele quisesse, mas eu não. Ele comentou que na noite anterior ele me deu oi e eu não olhei na cara dele. Foi ali que eu vi que ele não sabe separar as coisas e nem tive vontade de explicar pra ele que eu tava bêbada e que eu tava chorando porque alguém perguntou porque eu não ligava pro meu pai quando eu tava triste...

Eu só rebati a patada, de novo, dizendo que a vida pessoal é uma coisa, que by the way ele e a Diana não me cumprimentam no crew bar, mas que isso era pós trabalho e eu tava pedindo desculpa por ter desrespeitado o meu chefe, por nada mais. Ainda disse que a gente não precisava ser amigos, só se respeitar e trabalhar juntos.

Toda essa situação deixou um clima tenso pelos próximos três dias e eu voltei a sentir minha batata assando, resolvi passear mais e explorar o que eu pudesse da Cia já que ela me explora tanto. Até aí tudo bem não fosse o fato de eu ter relaxado na minha aparência e no tratamento dos passageiros... Mas tudo passa, principalmente quando tem um militar pra me dar um choque de realidade...

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